Resgate á Nice - Missão para Myrddin VanHelsing

Apesar de parecer confiante, ainda estava apreensivo de que a resposta pudesse ser outra. Mas assim que encostei a mão na rocha, ela começou a tremer e se mexer.
Areia caia do paredão e formava um monte aos nossos pés.
Aos poucos a rocha se revelou ser uma porta. Que assim que apareceu por completo começou a se abrir lentamente.
Trocamos olhares apreensivos. Aquilo estava estranho de mais. Ainda mais que pude reparar que a maçaneta da porta era de ouro. O que uma coisa daquelas estava fazendo ali, no meio de uma caverna esquisita no meio de uma cidade fantasma.
- Eu entro primeiro. – disse para eles e antes que pudessem reclamar. – Minhas armas são melhores para defesa que a de vocês. Fiquem atentos para armadilhas. Não quero repetir o incidente do galpão.
Ajustei o escudo para proteção máxima e entrei para o espaço desconhecido.

Lentamente entramos nesse novo local. Prontos para qualquer surpresa. Armas preparadas, olhos atentos a tudo.
Mas aquilo ali não era nada do que esperávamos. Ainda mais vindo da caverna árida atrás de nós acabávamos de deixar.
Era uma bela sala com muitas peças bonitas e com um que de refinamento. A nossa direita uma mesa dourada com diversos alimentos, um banquete digno dos Deuses.
A nossa esquerda, quatro camas preparadas para nosso descanso. Com cores que representavam nossos pais, e no meu caso, mãe.
- Olá, meninos. - uma voz pronunciou-se calmamente. - Aproximem-se.
Uma fogueira apareceu no centro da sala. A nossa frente surgia Héstia, a deusa das lareiras e laços familiares.
Mas o que uma deusa tão importante, estaria fazendo aqui, em uma missão. Certo que Niké nas mãos erradas destruiria muitos lares, inclusive o Olimpo. Mas não era algo que minha lógica aceitava.
Aquilo não podia ser uma ilusão, eu sou imune a elas. Então era realmente a Filha de Cronos na minha frente.
Ajoelhei na frente dela.
- A que devemos a honra de estar em vossa presença física, Milady Héstia?
 

Poder Usado:

A deusa nos olhou por um instante e falou:
- Vejo que precisam de descanso... Gosto de visitar uns semideuses às vezes, ajudá-los. Comam, durmam e logo pela manhã lhes passo as informações que tenho.
As chamas nos olhos dela foram realmente calmantes e qualquer dúvida que existia acabou.
Aproximei-me da mesa e fiz um pequeno prato, e ofereci para Héstia.
- Sei que parte de nossas oferendas na fogueira vão para você. Então resolvi pular uma etapa.
Héstia apenas aceitou o prato com um sorriso apenas.
Fiz outro prato e lancei na fogueira. Ofereci para minha mãe. Ia precisar de sua benção.
Finalmente fiz meu prato, meus companheiros me olhavam de forma estranha. Não entendi, fui criado para ser educado. Se eles não sabem respeitar os deuses, a culpa não é minha.
Me despedi da deusa e rumei para a cama com lençol dourado e desenhos de ramos de oliveira.
Mantive minhas armas no meu alcance. Mesmo com uma deusa ali, não podia ser desleixado. Se Niké foi capturada, Héstia podia ser também, ainda mais que ela não era uma deusa combatente.
Claro que não tive um bom sono. Sempre atento a tudo e todos. Sem contar os sonhos estranhos.
Acordei, no que acreditei ser o dia seguinte, e ainda estava naquela sala. Héstia continuava sentada na cadeira a mesa.
Não me preocupei em acordar meus companheiros. Eles que dormisse um pouco mais. Repeti o ritual do jantar, e comecei a comer. Sabia que a deusa só daria as informações para todos juntos.

TINNNN. Algo começou a apitar. Identifiquei a sua origem de uma pulseira dourada que estava no braço de Héstia. Pela cara dela Zeus não estava feliz que ela estava ali, ou por não está lá.  Com um estalar de dedos, ela fez meus companheiros acordarem. Mas também, as camas desapareceram. E parecem que eles não gostaram de ter seus sonos interrompidos bruscamente. Isso é bem compreensível.

- Tenho que ir. – Disse Héstia, sem ligar para a cara assassina de Luan. - Acredito que precisaram disso. – Ela me entregou um aparelho tecnológico pequeno, bem parecido com um celular. - É só pronunciar meu nome, as informações surgiram.
Assim que ela terminou de falar, se desintegrou. Pelo menos não assumiu a sua forma divina, e ainda deixou a mesa de comida. Eles comeram, enquanto eu guardava algumas frutas junto com as coisas enviadas por Quíron e esperei.
 Quando todos estavam satisfeitos. Peguei o aparelho.
- Héstia. - disse

Um holograma apareceu na nossa frente. A imagem não era precisa. Era como uma câmera escondida que vemos na TV, que não pega tudo direito. Não conseguíamos ver os rostos, mas notei que eram duas pessoas. Podíamos identificar apenas os pés. Eram dois pares diferentes.
Um par usando sandália dourada delicada, que devia ser de Nike. E outro com uma sandália grega, que suspeitei ser o sequestrador. Seria alguém que retornou dos mortos, ou alguém que quer viver os tempos antigos? Porque ninguém mais usa essas sandálias, algumas vezes os deuses quando usam suas aparências da Grécia antiga.
Logo eles começaram a falar.
- Não, cale a boca! - disse a voz masculina.
- Atena vai me achar, eu sei disso... - falou a de tom mais afinado.
- Ela pode ganhar a batalha por estar com você, mas acha mesmo que a mesma previa um sequestro? - riu o homem. - Talvez sim, mas não de mim... Atena é tão tola. - ele zombou.
- Espere até minha ama chegar aqui... Ela o vencerá num minuto. - comentou a mulher.
- Eu diria que não... Afinal, estamos um pouco longe...
- Estamos PERDIDOS, não admite... Atena é muito boa com estratégias e, aposto que ela está vindo. - interrompeu ela.
- Fique quieta, só preciso de um tempo para descobrir a saída disso. - a voz fora se dissipando conforme o tom se pronunciava.
Boa notícia: Nike estava resistindo e nos esperando. Má notícia: nem eles sabiam bem onde estavam.
O aparelho esquentou na minha mão e uma localização apareceu. New Jersey.
Isso não foi de grande ajuda, New Jersey pode ser o quarto menor estado do país, mas mesmo assim para quatro pessoas à pé era muita coisa.
Mas precisávamos colocar nossas prioridades em ordem.
Primeiro: sair desta caverna.
Segundo: Descobrir onde estamos.
Terceiro: arrumar um meio de chegar a New Jersey, se não estivermos lá.
Quarto: Achar Nike e o sequestrador.

Quinto: salvar Nike e voltar para casa.

Quando ia tentar ver se alguém tinha visto algo diferente ali, o chão começou a tremer. Ótimo, estávamos em uma caverna e um terremoto começa a acontecer. De repente começamos a sentir como se caíssemos.
Eu apaguei, e acordei, muito cansado, em uma floresta.
Pelo menos saímos da caverna, mas estávamos tão perdidos quanto Nike e seu sequestrador.
Procurei por entre as árvores algum sinal que poderia indicar onde estávamos. E felizmente encontrei uma coruja. Fiquei com dó de acordar a pobre coitada, mas precisava de informações.
- Desculpe o incomodo, mas onde estamos? Por acaso você viu uma mulher com vestes gregas e detalhes dourados com ar de ser deusa com um cara malvado arrastando ela?
 

Poder Usado:

A Coruja me olhou curiosa, deve ter sido a primeira vez que alguém falou com ela. Mas ela logo percebeu de quem eu era filho.
- Diria que vi sim... – ela transmitiu mentalmente ao rapaz. – Ele a carregava com grosseria, a moça resistia muito. Ambos foram para o norte, onde ouviram boatos de que havia saída. – a ave ainda o fitava. – Acho que estão a uns três dias tentando sair daqui... Duvido que achem a saída com aquele nervosismo.
Aposto que isso é um truque de Nike para facilitar ser resgatada. Os outros meninos me olhavam entediados. Qual foi, nunca tinham visto alguém conversar com uma coruja antes?
Assim que disse tudo para eles, Nick disse.
Acho que já sei como sair daqui.  Só preciso de um tempo para procurar uma caverna. - terminou ele.
Tempo tínhamos pouco, mas algumas vezes temos que saber gasta-lo.
Deixei ele usando seus poderes e fui procurar pistas e um pouco de água e algumas frutas para podermos comer.

Segui procurando por mantimentos. E pude ver Nick procurando uma saída, passando por um dos caminhos. Ele ainda não tinha encontrado nada. Ainda acho que deveríamos estar procurando pela Deusa, e só depois achar a saída.

De repente, escuto barulhos de galhos se quebrando como se algo estivesse passando por ali sem cuidado para não ser localizado, assim como uma voz. Toby e Luan estavam observando algo atrás de uma árvore. Pediram silencio e que nós nos aproximássemos. Foi o que fizemos, pude ver Nice e um homem.
- Fique quieta. - falou o homem. - Já volto.
Assim que meus olhos encontraram com o da deusa, Ares, o Deus da Guerra se aproximava de nós com uma espada em punho.
Maravilha. Eu esperando um semideus ou um monstro e tenho que enfrentar um deus.
Coloquei o escudo em posição. Ares era difícil, mas tinha ponto fraco conhecido.
- Cansou de apanhar da mamãe, e roubou a Nice dela? – disse para o deus. – Sabe que ela ganha de você sem ajuda.
Fiz um sinal para Toby se afastar. Ele era um arqueiro, precisava estar longe para atacar melhor. E mandei Luan resgatar Nice.
Ativei o Protetor Niké. Ela ia me ajudar a salva-la. E esperei o ataque de Ares.
 

Poder Usado:

Lutar contra um Deus não era fácil. Eles eram mais poderosos e fortes que nós, pobres mortais. Então era necessário fazer algo rapidamente.
Sabia que a influência que Nice poderia ter sobre Ares estava fraca com Luan tentando a libertar. Isso não garantiria a minha vitória, mas não era uma derrota certa.
Ares atacou com velocidade e se não fosse meu Protetor Niké, ele teria me acertado em cheio.
Claro que isso fez com o deus ficar com mais raiva. E com isso mais forte, mas mais óbvio e repetitivo.
Minha situação melhorou quando Toby acertou uma flecha na panturrilha dele. Ares não gosta de sentir dor. Não se importa em causar, mas sentir não.
Um pouco de dor faria com que ele ficasse mais lento. E não se protegeria do que estava planejando. Usei o Poder Dor de Cabeça, olhando para ele nos segundos que ele retirava a flecha do corpo, junto com Licor, o sangue dourado dos imortais.
Ele sentiu o golpe, mas não parou de atacar. Ele tentou repetir o golpe, uma estocada no meu peito. Aparei com meu escudo. Ele absorve impacto, e antes que ele percebesse isso, usei a Brisa da Paz, poder que ganhei da mãe dele. Meu objetivo era fazer ele desmaiar.
Claro que não foi instantâneo. Ares aproveitou a pouca distância e me arremessou no chão.
Ele levantou a espada, mas já estava mais lento enquanto o poder o afetava.
Toby lançou outra flecha, desta vez no pulso de Ares. O que o fez parar o golpe que estava destinado a mim. Ares só teve tempo de retirar a nova flecha antes de cair desmaiado.
Teria que treinar esse golpe para fazê-lo mais eficaz, pensei enquanto me levantava com dor nas costas.
Olhei para a arma de Ares com cobiça, mas não peguei. Mesmo sendo espolio de guerra, as armas divinas tinham algumas armadilhas e não podia ser usada por um mortal.
- Essa algema é magica, não consigo abrir. – disse Luan, se aproximando com Nice.
Fiz uma reverência a Deusa, dedicando a ela a vitória nesta batalha. Depois me virei e procurei nos bolsos do deus caído, e encontrei as chaves. Era isso ou pedir ajuda divina. Hermes ou Hefesto, mas era melhor soltar Nice ali mesmo.
 
 

Poderes e Benções:

Assim que girei a chave queria que não tivesse feito isso. Um brilho foi emitido da corrente. E não era o brilho bom, aquele que faria a corrente sumir. Era aquele que dizia você tem problemas, graves problemas.
- Não. Não. Não. Não podem me soltar, para isso teriam que escolher alguém para morrer... A algema só se abre com a chave e um sacrifício. - comentou Nice.
Um sacrifício. Maravilha. Posso voltar e sacrificar Ares por ter pensado em algo assim? Não, ele é imortal.
Trocamos olhares, até que Luan se adiantou.
- Eu me ofereço.
Não podia deixar que ele fizesse isso. Tinha que pensar em algo, mas nada veio a minha cabeça. Até que percebi que estávamos em uma floresta. Poderíamos capturar um animal e fazer o sacrifício.
Nick que havia chegado quando Ares caiu. Viu o meu olhar.
- Não dará certo. – disse ele. – tem que ser humano.
- Ele tem razão. – disse Nice.
Ao ouvir isso, Luan puxou sua adaga e rapidamente se apunhalou. Sem chance para que alguém o parasse.
Neste momento, o brilho da corrente mudou. E foi se desmanchando aos poucos quando o sangue dele caia sobre ela.
Só quando Nick atestou a morte de Luan que a corrente sumiu por completo.
- Seu sacrifício não será esquecido. – disse a deusa soprando sobre o corpo, que se transformou em um beija-flor.
- Obrigada a todos por me socorrerem. Sabia que minha Deusa Atena não me decepcionaria. Eu tiraria todos daqui, mas assim como Ares, estou presa aqui também.  – disse Nice.
- Eu achei uma saída. Uma caverna que nos tira dessa área. – disse Nick.
- Vamos. – disse para ele.
Em poucos minutos estávamos de volta para uma caverna.
- Já posso usar meu poder. – disse Nice. – Deixarei vocês de volta no acampamento. Direi para sua mãe como você me salvou assim com aos pais de seus amigos.
Um brilho começou a emanar dela, fechamos os olhos e logo estávamos parados na colina meio-sangue.

Recompensas:
- 500 XP;
- 600 dracmas;
- 150 dólares;
- 5 pontos na perícia Inteligência;

- Armadura ultra flexível: - Revestida de bronze celestial, a armadura extremamente leve tem uma mobilidade ótima; ainda tendo uma durabilidade enorme. No peitoral da mesma é possível observar gravuras dos animais que predominam a deusa. (item especial) (By: Hera)

- Luva da força: - Portando este item poderás dar golpes perfeitos com as mãos e, ainda, tendo a proporção deles serem extremamente fortes. A força do golpe é determinada pelo portador, isto é, ele pode desde derrubar uma formiga até um elefante. (item especial) (By: Hera)

O mentiroso: - Agora você pode convencer qualquer um de que o que falas é verdade, não há quem o descubra. E, como um bom mentiroso, sabes quando alguém está tentando lhe enganar. (benção) (By: Hera)

O maldito: - Você está apto a lançar maldições para cima de seu inimigo, sendo elas de acordo com a sua escolha. (benção) (uma vez por missão) (By: Hera)

A espera de atualização.

Atualizado