Treino Atemporal - Alma Mortimer & Jason Stark

Treino Stark & Mortimer

Estava deitada sobre o gramado do acampamento, respirava fundo sentindo o ar limpo adentrar em meu peito. Estava com preguiça, mas sabia que de veria treinar. Sentei-me e olhei o céu azul claro pensando numa forma de continuar sem fazer nada sem peso na consciência. Falei alto para que qualquer Deus ouvisse: -Se aparecer alguém querendo treinar eu vou, se não, fico. Bocejei esperando que algo "não" acontecesse.

Sem fuga

Mordi meus lábios rindo por dentro e enviando um pensamento ao meu Pai, com certeza ele não me deixava fugir. Abri um sorriso para o Filho de Zeus que acabara de me chamar para um treino e me levantei da grama me esticando e recolhendo minhas armas do chão.
-Não vou mentir, gostar não gostei muito não. Mas era um acordo com Meu Pai e ele venceu. Aceito treinar com você, não será ruim.

Armas:

Esses Filhos de Zeus...

Enquanto caminhava percebi que meu "Tio" me observava. Qual é o problema com esses Filhos de Zeus? Se acham tão bons que acreditam poder ficar encarando qualquer um? Dei de ombros e continuei a caminhar até ouvir a pergunta dele: "- Não perguntei seu nome, eu sou o Jason. E você?"
Suspirei e sorri de lado dando de ombros novamente.
-Você é muito parecido com seu pai Jason.
Parei em frente a porta da arena me virando para ele e o estudando com meus olhos verde uva.
-Preparado?

Armas:

Essa filha de Dionísio...

Suspirei e praguejei contra mim observando a tristeza e a raiva passarem pelos belos olhos do garoto em resultado a algo que eu falara; toquei-me que havia mexido em algo indevido, uma ferida não cicatrizada oculta pelo filho de Zeus. Senti minha cicatriz aberta começar  arder em meu peito, abaixando meus olhos na tentativa de que Jason nada percebesse da minha dor. Precisava controlar-me a qualquer custo, engoli em seco as lagrimas  que queriam vir a tona. Por que eu tinha que ser fermentada como a videira, cítrica como a uva, tão intensa como o álcool e tão densa como o vinho?
Acenei com a cabeça para o filho de Apolo que estava ali, só não cumprimentando  a Hawk com maior proximidade pelo ódio existente entre nossos pais. Ouvi a voz magoada do rapaz ao meu lado:-Escolhe o nosso inimigo semideusa.
Passei meus olhos pelas jaulas pensativamente evitando os olhos de Jason, estava na hora de respirar profundamente e agir com a cabeça fria, não queria nem deveria entrar em um treino naquele estado, tentei rir ao pensar que meu pai diria que o problema era eu não estar bêbada, mas  aldeia só piorou a angustia.
-Não vou pedir que me perdoe por que nem sei se tenho esse direito. Não sei como, com o que exatamente te ofendi, mas posso ver em seus olhos que te ofendi. E eu juro pela alma da minha família que não queria ofender... Pensei que estava sendo arrogante e você... Você pode escolher a criatura...
Novamente não havia falado nem metade do que precisava falar, havia ficado atolado junto com todos os sentimentos e a solidão que eu guardava dentro de mim mesma desde que meu irmão e pai de criação veio a falecer. Aproximei-me de uma das jaulas e entra as grades fitei os atentos olhos de felino do Leão de Neeméia, me lembravam um pouco os de William... Estiquei minha mão até a juba espessa da fera que ronronou e curvou o pescoço pela minha caricia quase como um gatinho, reconhecendo o forte laço de sangue entre mim e seu Senhor. Como seria mais fácil se as pessoas fossem simples de lidar como os animais!
-Oh, mon bebé, petit...
Gracejei com o leão tentando tirar minha mente da situação anterior.
-Só odiaria ter que ferir algum dos animais de Dionísio.

Armas:

Dracanaes

- Eu escolho então.
Ele havia dito, eu tentei sorrir ainda acariciando a fera a minha frente, mas o clima estava realmente pesado. Hawk soltou duas dracaenaes e elas vieram rastejando com tudo, não pude deixar de me surpreender ao ver os escudos e espadas entre suas garras. Bem civilizadas essas serpentes.
- Você ainda não disse seu nome, o meu é Jason.
O ouvi dizer enquanto observava os monstros.
-Me chame de Michelle. Alma Mitchelle.
Respondi sem olha-lo nos olhos tirando minha espada da bainha e me colocando em posição de ataque, virei me para que Começássemos a planejar algo para o ataque. Ele sorria, Meneei a cabeça para a esquerda devolvendo o sorriso, esperava que ele entendesse.

OFF:

Armas:

Trabalho em Equipe? Tsc, tsc...

-Alma, podemos atacar as duas para tentar separar uma da outra, se ficar em uma situação ruim nós voltamos ao combate juntos.
Balancei a cabeça perplexa vendo-o avançar, nós poderíamos não estarmos entendendo nada do que as Dracanaes conversavam, mas elas entendiam a nossa língua. Enquanto ele atacava uma, a outra sibilou e rastejou atrás de mim, corri pela arena o mais rápido que pude indo em direção a parede, cronometrei a hora certa e virei me correndo para o outro lado a uma distância segura, vi o enorme monstro colidir contra a parede de pedra e sorri. A Dracanae parecia um pouco tonta então aproveitei me da hora para tentar desarma-la, ela reagiu tentando me jogar para longe como eu havia visto fazerem com Jason. Pulei, parecia engraçado, mas lembranças da infancia quando eu pulava corda vieram atrapalhar minha concentração. Por seu corpo escamoso virando percebi que ela planejava virar se contra mim e me atacar, rapidamente ataquei seu rabo com um golpe da minha espada e numa cambalhota me vi fora do local de perigo. Corri até Jason, ele estava ao longe pensando no que fazer e as Dracanaes voltavam a se aproximar uma da outra e sibilarem.
-Se nós não sabemos trabalhar em dupla, essas dai então nem se fala. Precisamos encontrar outro meio, até de nós comunicarmos.    

Armas:

"Gira e Troca"

Apoiando meu corpo no corpo do filho de Zeus atrás de mim observei as dracanaes nos cercarem. Respirei profundamente absorvendo ainda toda a linguagem que Jason havia criado para nossa comunicação. Foi questão de segundos e senti por reflexo que ele atacou o monstro a sua frente conseguindo afasta-la. A minha frente a outra serpenteou agressiva, era a mesma que eu tinha feito esborrachar contra a parede e parecia bem irritada. Aproveitei o movimento de Jason atrás de mim e passei a acompanhar seus ataques e reposiciona-los contra a dracanae, a mesma defendeu-se da minha espada e empunhou a espada em direção as costas do meu parceiro que por ser maior do que eu ficava desprotegido. Então aquelas serpentes não eram tão burras quanto pareciam, em um giro fiz a lâmina da minha espada ir de encontro com a dela protegendo Jason, Impus força por baixo da espada a obrigando a retirar o ataque. Na retirada sem exitar ataquei-a diretamente na pele abaixo da barriga, apenas conseguindo arranhar. Ela silvou como louca e aproximou-se ainda mais irada, aparentemente tinha a intenção de me morder no rosto já que eu estava entre ela e suas garras e o corpo do Filho de Zeus. Me encostei contra os músculos de Jason e pus minha espada a frente do meu rosto me protegendo, ela estava tão perto que podia sentir seu hálito venenoso. Aquilo enjoava meu estômago de uma forma... Argh. Observando pelo reflexo da minha lâmina os movimentos do jovem atrás de mim vi quando ele se preparava para chutar fortemente a linha de cintura da outra dracanae, raciocinei rapidamente, sabia que no momento que ele fizesse isso o impulso também me impulsionaria. Esperei e na hora do chute aproveitei e chutei a víbora em cima de mim tentando afasta-la. Surpresa ela rastejou pouco pra trás mas já estava novamente avançando com força, eu tinha que acerta-la. Concentrei-me e quando ela me atacou protegi com o escudo a mim e ao Jason, aproveitando a lerdeza de sua coordenação com a espada para ataca-la no punho de onde saiam suas garras. Fora só um corte, mas já funcionaria para deixa-la tonta como se estivesse bêbada.
-Que coordenação motora horrível querida, deve ter aprendido a usar a espada com uma ninfa. Mas relaxe que agora ela só vai piorar.
Sorri e girei a espada em direção a Jason, podia vê-lo pelo reflexo da minha espada enquanto tentava manter minha dracanae bêbada afastada, ele parecia tentar fazer o mesmo. Mexi a boca devagar para que ele entendesse tomando o cuidado para nenhum som sair dela. "gira e troca". Esperava que ele compreendesse, iria ferir a outra Dracanae também deixando as duas tontas. Sem raciocinar direito queria ver se elas conversariam ou fariam planos para o jantar.

Armas:

Bêbada...

Jason entendeu. Virei me com tudo já com minha espada empunhada quando ele saltou, pegando a Dracanae desprevinida acabei por acerta-la em cheia no rosto deixando uma cicatriz.
-Ah, mil perdões, mas você eu não piorei muita coisa. Acho que nem com cirurgia plástica viu?
Ela já cambaleava, dei risada enquanto me separava de Jason e passava a correr em voltas ao redor do monstro. Ela tentava me acompanhar, mas seu imenso corpo e estar bêbada só pioravam a situação, cada vez mais ela se enrolava no próprio corpo.
-Olha que vai dar nó ein?
Ri e ao invés de correr novamente para o mesmo lado mudei de direção deixando a confusa, aproveitei-me da situação para pular contra suas costas e atingi-la na nuca, usando o peso de meu corpo consegui derruba-la (só por que ela não ta se aguentando de bêbada) e cravei minha espada com toda a força em sua cauda a prendendo no chão, sai de cima dela e a vi com rastejar, logo conseguiria se soltar. Decidi usar as videiras assassinas que logo saíram do chão e começaram a cobrir o corpo escamoso.
-O que que a bebida não faz não é?
Sabia que logo ela deixaria de sentir se bêbada, quando já não podia ver quase nada do corpo monstruoso fui até a cauda e com alguma dificuldade retirei minha espada. Tinha que ser rápida antes que ela percebesse estar solta, me aproximei de onde estava a cabeça e posicionei-me, com um golpe vi espirrar sangue esverdeado para todos os lados. Com a cabeça meio separada do corpo a Dracanae ainda remexia debatendo se com violência e desespero, Empunhei meu tirso da bainha onde estava guardado e o vi tomar sua forma normal, Com piedade do monstro cravei a Ponta de Hera venenosa entre suas escamas até que finalmente tive certeza de não haver mais vida. Respirei profundamente sentindo me exausta e com a respiração difícil, eu sabia que logo passaria. Olhei para trás e sorri para Jason observando que ele já havia dado cabo do outro monstro.
-Você... Ta bem?
Acredito que a pergunta não havia sido apenas para ele, mas também para mim, olhei em volta notando a enorme poça de sangue e como um pouco tinha espirrado em mim. Jurava que quando chegasse no chalé iria tomar um banho de vinho branco.

Poderes:

Armas:

Finish

- Estou sim... melhor irmos para nossos chalés certo?
Concordo retribuindo o sorriso dele já mais relaxada,Ele estende a mão para mim e eu a aperto.
-Obrigada pelo convite Filho de Zeus.
Recolho minhas armas e vou em direção a saída.

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