[DIY ATEMPORAL] Buscando Respostas

Levantei com pouca dificuldade, nada que fosse durar muito, olhei para Viic e dei um sorriso para tranquilizá-la.
- Estou bem, foi só o fato de ter exagerado com o movimento - arrumei a corrente em meu braço e então respondi - Ainda não, mas acho que voando não vai dar - assim que acabei de falar e uma grande quantidade de criaturas surgiram no céu, não consegui dizer ao certo o que eram mas parecia ser algo trabalhoso de derrotar.

- Espere um minuto - disse lutando para me manter eqilibrado - Ouça, apenas ouça! - as criaturas faziam um som agudo, emelhante ao de aves - Pássaros de Estinfália!
Ordenei à corrente mentalmente e logo esta se desenrolou parcialmente de meu braço para assumir uma posição defesiva girando ao meu redor.

Dei um passo a frente sem tirar os olhos daquelas criaturas, o som que produziam era extremamente irritante. Confirmei a identidade das criaturas devido o ruído metálico que emitiam e o brilho refletido por suas penas que mesmo a uma longa distância chamavam atenção.
- Vamos aproveitar que é noite, estamos em vantagem. A porta é a nossa úni... - nem tive a chance de terminar minha frase e uma grande pancada me chamou a atenção, era o grande portão por onde havíamos entrado que agora estava fechado, revirei os olhos e deixei um palavrão escapar - Isso já é sacanagem!

- Não, meus poderes de previsão só abrangem aquilo que verei com dez segundos de antecedência, mas podemos tentar um plano diferente, para trás - dei um passo para longe da Viic e fiz um movimento com as mãos como se tivesse levantando algo, imediatamente uma placa de terra se levantou e abaixo dela a terra começou a saltar para fora, literalmente, abrindo aos poucos um pequeno buraco.
As aves se agitaram nos céus e entraram em uma queda espiral na nossa direção, era muito rápido e as chances de defesa eram nulas, pelo menos para mim.

Poder:

Viic tratou de dar conta nos pássaros, continuei "cavando" o túnel para sair dali mas algo vindo de baixo me jogou de onde estava, era uma força invisível, me senti como uma bola sendo chutada para cima. Ainda no ar consegui transformar minhas asas de Drakon a tempo de impedir a queda desastrosa.
Sombras começaram a surgir no solo, amontados de terra se levantavam como se fossem formigueiros gigantescos e de dentro saíam criaturas humanoides, pareciam ser feitos de terra pura, não tinham rosto, apenas uma cabeça disforme. Monstros que eu nunca havia visto, centenas deles saíam do chão, inclusive do buraco que eu havia cavado como tentativa de fuga.
Eram muito maiores do que eu, pareciam até lestrigões pelo volume exagerado, olhei para Viic e reparei que uma das criaturas se aproximava pelas suas costas, rapidamente fiz a terra abaixo da garota se elevar junto com ela, tirando-a do alcance das criaturas. Voltei a olhar para os monstros, na altura que estávamos eu tinha a chance de analisá-los, pelo menos por um tempo. Observei a mudança constante das criaturas, a terra de seu corpo permanecia em um movimento interminável. Suas mãos começaram a se alongar, dando formas a pontas e o que pareciam ser martelos.
- Não dessa daí Viic! - gritei para que a filha de Nyx me ouvisse.

Poderes:

Minha mente vagava atrás de uma resposta, afinal, que criaturas eram aquelas? Bom, quem estivesse por trás disso merecia meu respeito pois essa manipulação com a terra era impecável, de longe melhor que a minha. meus pensamentos foram dispersos pela pergunta da Viic, sem tirar os olhos das criaturas lhe respondi.
- Não, jamais vi algo do tipo, mas posso tentar absorver a essência deles, fique aqui e me de cobertura.

Desci em velocidade na direção das criaturas de terra, voei um pouco a cima da cabeça deles, felizmente, sua estrutura impedia movimentos muito velozes e amplos, uma boa vantagem. Girei na horizontal e em seguida fiz minhas asas sumirem, acertei um chute com meus dois pés em um dos monstros de terra e o derrubei, o impulso causado me deu a possibilidade de chegar ao solo em segurança da forma menos esperada. Corri para cima do monstro mais próximo, usei sua lentidão ao meu favor e quando a criatura lançava seu ataque com um poderoso soco eu simplesmente me abaixei, o golpe passou sobre a minha cabeça e abriu a defesa do monstro. Lhe toquei na altura da cintura, pronto para aplicar o meu golpe final, mas meu plano falou. Ao encostar em seu corpo não senti nada, nenhuma essência, nada que eu conseguisse absorver. Antes mesmo que pudesse reagir o ataque do gigante me atingiu em cheio.