Apenas um serviço...[Do It Yourself dedicada a Tânatos]

A minha frente só havia uma floresta, olhei para os lados acompanhando sua margem, mas parecia não ter fim, voltei a olhar para frente. A névoa que saía daquela floreta era assombrosa, as árvores de um tamanho gigantesco, um cheiro familiar vinha de sua direção, um cheiro de Morte.
Dei um passo e pensei duas vezes antes de continuar. Mais um passo e parei algo tentava me impedir, um sentimento forte. Ignorei esse sentido e entrei na floresta. Realmente, não sabia onde estava mesmo assim continuei a caminhada mata adentro sabendo que algo me aguardava. Não sei exatamente quanto tempo durou, se foram minutos, horas ou dias, apenas segui em frente, sem olhar para trás nenhuma vez. Em algum momento cheguei a uma clareira, lá era possível ver a Lua Cheia no céu com facilidade, coisa que as árvores gigantescas ocultavam de minha visão. Sentado em um tronco no meio da clareira estava uma figura encapuzada, o ser carregava consigo uma foice negra muito maior do que eu e em suas costas havia duas asas, ou melhor, apenas os esqueletos dela. O capuz cobria seu rosto completamente, mas já tinha uma idéia do que encontraria lá.
- Boa noite Rafael - disse o homem se voltando para mim, ainda sem me deixar ver a sua face. Sua voz vibrou de uma forma que jamais havia presenciado sua presença lá era realmente marcante.
- Boa noite... Tânatos - falei com a foz um pouco rouca.
- Hm, me reconheceu com facilidade. Se bem que devo admitir, não são muitos os que andam assim por ai - apontou para si próprio.
- Concordo, nem seus ceifadores me assustam... tanto - consegui completar a frase, um pouco nervoso.
- Mesmo? Bom, depois corrijo essa falha. Vim até você com um objetivo.
- Venho me levar?
- Não. Vim tratar de negócios.
- Que tipo de negócios? - me atrevi a perguntar.
- Preciso que você me traga duas almas, são extremamente importantes. Se conseguir, lhe dou o poder que mais deseja.
Realmente essa proposta teve impacto sobre mim, a princípio fiquei estático, sem resposta imediata.
- Quais... quais almas? - gaguejei um pouco ao perguntar.
- A primeira é Licaão, o primeiro Licantropo. A alma dele me interessa em muito, pois sempre que o mata essa criatura é enviada para o Tártaro e volta, quero dar um fim nesse ciclo. A segunda é Hércules, quero libertá-lo de Gibraltar em troca de que trabalhe para mim.
- Por que não envia seus ceifadores? - esta pergunta me atormentava desde que Tânatos me fez a proposta.
- Há uma série de empecilhos. Mas me diga, aceita a missão?
Comecei a refletir sobre a proposta, não sabia exatamente como prosseguir nessa situação. A proposta era realmente tentadora. Enfim eu disse:
- Onde encontro Licaão?
- Ele se encontra ao Norte, está nos arredores de Vancouver. Seu bando o acompanha, devem sair de lá em três dias.
- Então, eu aceito a missão.
- Muito bem, boa escolha rapaz - ele se levantou do tronco - Boa sorte, Rafael - nesse instante ele olhou para mim, senti uma tontura e acabei fechando os olhos, quando voltei a abrir estava deitado em minha cama, mas algo ali me fez sentir que aquilo não havia sido apenas um sonho.

Assim que amanheceu decidi dar início a minha missão, não era nada simples como as minhas tarefas anteriores. Meu primeiro passo era ao encontro de Licaão, precisava chegar lá em menos de 3 dias para ao menos pegar o rastro dele. Eu precisava de um meio de viagem e para isso já tinha minha cadela infernal, agora restava escolher bem o que levar. Eu deveria viajar leve e em velocidade.
Pegue uma mochila e coloquei nela algumas roupas, água, comida, dracmas e algum dinheiro, coloquei meu manto junto com as roupas, assim como minhas facas de arremesso e meu soco inglês. Vesti-me com uma calça jeans, uma camiseta azul e uma jaqueta preta coloquei o anel negro em minha mão direita, meu amuleto e pingente no pescoço, e por ultimo o relógio no pulso. Apenas a katana ficou de fora, teria que levá-la presa a mochila. Peguei tudo e saí do chalé rumo ao de Ares, eu precisava de ajuda nessa tarefa então nada melhor do que pedir para a única pessoa em quem eu realmente confio, minha amada Sirena.
Chegando no chalé de Ares bati na porta com um pouco de pressa e esperei que a Si atendesse.