Um favor a Perséfone - Missão Narrada para Julia Black

Goddess of Flowers

Um favor para Perséfone

"O que você tem, todo mundo pode ter… Mas oque você é, ah isso ninguém pode ser."  •✿• Lispector, Clarisse

@CG Template by Viic Black

Um favor a tia Perséfone

Logo depois que apertei o pingente, fui envolvida por uma sombra escura. Logo de cara, senti um aroma diferente, um aroma de flores – aroma este que não era comum: Eu sentia rosas, crisântemos, jasmins, violetas e todos os tipos que podia imaginar. Era incomum, pois mesmo sendo tantos aromas, eu conseguia identifica-los sem problema algum e não ficava um cheiro enjoado, doce demais ou qualquer coisa assim.

Assim que o mundo voltou ao normal e eu não estava envolta em sombras, consegui distinguir as coisas.  Eu provavelmente estava em um zoológico, porque estava de frente a uma dessas plaquinhas que dizem “<- Répteis”, “-> Macacos” etc etc.
Como eu não sabia para onde devia ir, fui para o primeiro lugar que me passou pela cabeça: a área dos répteis. Veja bem, répteis são muito mais legais. Geralmente tem aquelas escamas e fazem sibilos e tal... enfim, são legais!
A área dos répteis era “coberta” de verde. Literalmente. Tinha uma pintura no teto – que não era tão alto – que lembrava folhas antigas. As paredes eram pintadas de verde escuro. Aliás, tudo era bem escuro, afinal.
O que se seguiu foi algo bem, beeem Harry Potter.
Caminhei em direção à primeira cobra que eu vi. Estava em cativeiro e informações sobre ela estavam dispostas num quadrado praticamente transparente do lado da pequena “cela”.
A primeira linha estava disposta em inglês mesmo. As linhas abaixo eram em espanhol e português, presumi.


- Nossa, venenosa você, hein? – eu disse como uma retardada. Como se a cobra fosse me entender.
A cobra sibilou para mim.
- Ei, calm-
Ela sibilou de novo, dessa vez se aproximando do vidro.
- O que você procura está no solo real que muitos protegem e poucos visitam, - disse a voz da cobra em minha mente, sibilando como se estivesse sussurrando - o lugar onde a natureza cresce a cada momento, em cada estação do ano, entre as mil iguais a ela, uma é a entrada e a saída para a sua jornada.
- O lugar que muitos protegem e poucos visitam? – perguntei – Como assim?
A cobra voltou a rastejar para dentro da cela, afastando-se de mim.
Bati no vidro, querendo chamar a atenção dela.
- Ei, volta aqui! – chamei.
- Ei, garota! – disse um homem com sotaque australiano [como eu sei que era australiano? Na escola que eu estudava tinha um garoto australiano]. Ele segurava uma vassoura de faxineiro e arrastava um balde com uma água já muito suja. – Pare com isso!
Infelizmente, o homem estava certo. Eu estava chamando atenção.
Saí da área dos répteis e voltei onde estava quando cheguei. Era de frente à mesinhas de pedra e uma pequena lanchonete.
Um homem vendia especiarias e aquelas lembrancinhas que sempre acabam aparecendo. Fui até ele.
- Quanto é o mapa?  - perguntei, indicando o papel que estava na minha frente.
- Cinco dólares australianos. – o homem disse, erguendo o rosto.
Usava chapéu, bermuda militar, camisa branca e tênis. Tinha um sorriso branquíssimo, cabelos louros e pele branca, os olhos eram castanhos claros.
E eu tinha a impressão de já tê-lo visto em algum lugar.
- Dólares australianos? Oh, deuses. – peguei minha mochila – Você não aceita dólares?
- Aceitar eu até aceito, mas você teria que pagar dez dólares.
Entreguei os dez dólares e finalmente parei para perceber uma única coisa: Dólares australianos.
Dólares australianos. Sotaque australiano. Eu estava na Austrália!
Eu estava sentada em uma das mesinhas de pedra verdes, com uma mão num pacote de batatas fritas, tomando Coca-Cola e analisando o mapa, que também estava “estirado” na mesinha. Também pensava no quão sortuda eu era, porque na Austrália se fala inglês.
De acordo com o mapa, eu estava em Sydney, Austrália. O que era estranho, pois eu nunca tinha saído dos EUA.
As palavras da cobra ecoavam em minha mente.
“...o lugar onde a natureza cresce a cada momento, em cada estação do ano...”
“Ok, eu tinha um mapa de Sydney bem ali”, pensei, “quais os lugares em que existe uma natureza constante?”
- Reservas naturais, jardins botânicos, zoológicos... – eu disse a mim mesma, definitivamente querendo algum computador – Mas ainda não faz sentido...
“...entre as mil iguais a ela, uma é a entrada e a saída para a sua jornada.”
Terminei as batatinhas e amassei o pacote, terminando o refrigerante, mas ainda debruçada sobre o mapa.
Comecei a procurar lugares como aqueles que tinha citado e cheguei a duas conclusões: Ou era o Centennial Park, ou o Royal Botanic Gardens.
Felizmente, a Cobra Marrom tinha me dado uma dica.
“O que você procura está no solo real que muitos protegem e poucos visitam.”
Já era pôr-do-sol quando eu finalmente cheguei ao Royal Botanic Gardens. Tinha pego um ônibus na Bradleys Head Road – com referências de alguém do zoológico, claro – e esperado uma tremendamente ansiosa hora.  

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Um favor a tia Perséfone

...Seria uma pena se essa uma hora fosse gasta para nada.
Sentei num banco qualquer, observando a entrada trancada.
- Chegar no Jardim Botânico Real; confere.
- Dar um jeito de entrar lá; em andamento.
Provavelmente já tinham se passado cinco minutos e eu ali, sentada, sem fazer nada e começando a ficar com medo, tanto na parte do mundo semideus quanto do mundo mortal.
Decidi que eu não iria ficar ali parada. E o fato de que não haviam cercas elétricas nem nada disso ajudou muito.
Tentando me lembrar de qualquer coisa das escaladas do acampamento, subi em cima do banco, me apoiando na parede. Depois coloquei o pé numa “engrenagem” do portão, erguendo a mão e colocando-a em cima do muro.
Subi na engrenagem e rapidamente troquei o peso do corpo para outra engrenagenzinha do grande portão.
Quando estava alta o suficiente, joguei minha mochila do outro lado do muro com a maior delicadeza, só que não. Finalmente, estava sentada em cima do muro.
Olhei para baixo. Era mais alto por fora, mas ainda assim era um pouco alto. Felizmente, abaixo de mim estava uma grama fofa.
- No três. – eu disse a mim mesma, tentando criar coragem – Um. – me ajeitei um pouco – Dois. – coloquei a mão direita no muro, tentando evitar uma queda maior – Três!
Eu praticamente me joguei. Fiquei pendurada por dois segundos pelas mãos antes de cair de vez no chão.
O lado bom era que eu estava dentro do Jardim Botânico. O lado ruim era que meus cotovelos estavam arranhados, mas isso era um detalhe.

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✿ Um favor a Perséfone ✿

A semideusa obteve sucesso em invadir os jardins botânicos, mas o que ela não esperava era que o alarme de segurança estava ativado.
Uma sirene soou pelo lugar. Algumas luzes vermelhas se acenderam e os cachorros foram soltos.
Não demorou muito e a filha de Apolo saiu correndo em busca de esconderijo. Ela só não esperava que um cão infernal a achasse.

Procedimentos:

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Um favor a tia Perséfone

Os alarmes soaram alto e as luzes vermelhas começaram a piscar. Xinguei qualquer coisa, irritada. Me levantei, peguei minha mochila e, tentando ignorar os cotovelos arranhados e as costas doendo, corri para o meio do jardim.
Me escondi atrás de qualquer coisa que fosse possível e tentei escalar a árvore, justamente quando os seguranças passavam correndo. Um deles gritou “cerquem a área!” e eu logo pensei que estava ferrada, mas nada se compararia com o que viria a seguir.
Quando finalmente os seguranças finalmente afastaram-se, veio a pior parte.
Ouvi um rosnado feroz vindo do chão. Voltei-me lentamente para o cão infernal gigantesco, que babava vorazmente (nojento!).
Ele pulava em direção à árvore, e o impacto da gigante bola de pêlos fazia tudo balançar; as folhas saltitavam em todas as direções.
Puxei meu pingente de arco, que estava numa correntinha – que também tinha um pingente em formato de Sol – logo abaixo do de Perséfone, e logo este virou meu arco. Puxei a corda, fazendo mira. A flecha instantânea e magicamente apareceu, feita de ouro.
Esperei o momento certo e soltei a flecha, que atingiu o monstro no pescoço. Puxei novamente, e desta vez apareceram duas flechas – exatamente o que eu queria. Mandei-as na direção do cão, dessa vez mirando sua cabeça.
Quando o cão infernal começou a se debater, invoquei as gramíneas abaixo do cão, prendendo-o até a metade da perna.
Pulei da árvore, trouxe o arco de volta à forma de pingente e apertei o anel de caveira, dando a ele a forma de espada. A espada presente de Tânatos.
Ataque o monstro com a espada meio que com pena, porque ele não conseguia se defender, mas tentando colocar em mente que ele iria me matar. O cão infernal se transformou em pó dourado.

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✿ Um favor a Perséfone ✿

Após confrontar o cão infernal, Julia seguiu seu caminho silenciosamente. Ela andava com cuidado para não ser pega pelos guardas, que ainda andavam por todo o território dos jardins, ou por mais algum monstro.
Andava meio distraída, quando percebeu não só um par de olhos a encarando. Mas vários!
A filha de Apolo tinha achado, ou melhor, fora achada, pelos famosos morcegos do Jardim Botânico Real. Discretamente, a Black recuou alguns passos para não chamar atenção das criaturas noturnas, mas foi em vão. Antes que pudesse perceber, uma enxurrada de morcegos atingiu a semideusa.

Procedimentos.:

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Um favor a tia Perséfone

Vejam bem, eu sempre fui desatenta. Mas naquela vez, não estava completamente preparada.
Tinha esquecido dos morcegos do Jardim – porque sim, eu sabia dos morcegos; já tinha feito uma pesquisa para a aula de Biologia sobre eles -, e, quando pisei num galho de árvore seco e olhei para cima, finalmente vi os pares de olhos me encarando.
Eu sabia que eles não iriam apenas me atacar, mas eu estava fazendo barulho. Em menos de cinco segundos eles voavam em minha direção.
- Ativar! – eu disse. Light, meu escudo dourado ativado por comando de voz, apareceu instantaneamente. Fui dando passos para trás até achar uma parede ou qualquer outra coisa, e coloquei o escudo na minha frente.
Até que tive uma ideia. Segurei o cabo de minha espada, Blaze, e a puxei para cima.
A espada brilhou. Não muito forte nem suficiente para cegar alguém, mas afastou grande parte dos morcegos. Os que estavam ainda próximos foram cortados com a espada.
Pensei no trabalho que os mortais teriam para explicar aquilo bem na hora que ouvi os passos dos guardas vindo em minha direção. Guardei a espada brilhante e o murmurei baixinho “desativar” escudo dourado por que chamaria atenção. Então corri para outra árvore, tentando me esconder.
Quando os dois guardas que estavam ali foram finalmente embora, continuei minha busca.

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✿ Um favor a Perséfone ✿

A filha de Apolo continuou seu caminho, dessa vez bem mais atenta. Estava tudo calmo, calmo até demais.
Ela caminhou por boa parte dos Jardins, cobrindo uma grande área e sem sinal da pulseira de Perséfone. Mas como dizem, depois da calmaria, sempre vem à tempestade.
Ao sentar-se em um banco, próximo do nascer do sol, Julia ouviu um forte barulho. Ao longe, ela podia ver a fonte do barulho. Uma fúria aproximava-se da Black. A filha de Apolo já via que, no pulso da monstra, a pulseira de Perséfone brilhava.

Procedimentos:

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Um favor a tia Perséfone

A noite passou rápido. Tinha “revirado” o Jardim Botânico e não havia encontrado nada. Já era quase o nascer do Sol quando finalmente deitei num banco, parecendo uma mendiga.
Na verdade, eu estava achando aquele silêncio e calmaria toda irritante pra caramba.
Finalmente, algo no lugar pareceu se mexer. Não que isso fosse algo bom. Barulho de asas nunca é bom.
Até porque, asas gigantes já não são algo bom, asas de uma fúria então.
Levantei do banquinho branco com um salto. Puxei meu amuleto com formato de arco e Bright apareceu em minhas mãos. Puxei a corda, mirei rápido e soltei a flecha, mas a fúria era rápida e esperta. Desviou fácil.
Dando passos para trás, fui atirando flecha por flecha na fúria. No fim, apenas duas de cinco a acertaram.
Mas ficar usando o arco, no fim, não foi uma tarefa completamente boa, porque o monstro logo veio em minha direção e ergueu seu chicote. Puxei Blaze – minha espada dada por meu pai, que brilhou em contato com a luz – e a Espada das Sombras – o presente de Tânatos, que deixou seu redor um pouco mais escuro -, cruzando os dois bem no momento em que o chicote iria atingir meu rosto.  
Quem diria que luz e sombras, juntas, dariam certo.
Puxei as espadas e as “enfiei” na fúria, mas uma a atingiu de raspão e a outra só atingiu seu pescoço, nada demais.
Ela voou para cima, fora de meu alcance, ainda com o chicote em mãos, e o ergueu de novo.
Mandei duas flechas consecutivas em sua mão bem no momento que ela pegava impulso com o braço.
A mão da fúria caiu, e junto com ela o chicote. Saí do caminho bem no momento que o chicote caiu onde eu estava.
O monstro me atacou com as próprias mãos, me empurrando para trás. Eu cambaleei, e ela me empurrou de novo, dessa vez me fazendo cair no chão e fazendo um arranhão enorme em meu braço esquerdo.
Quando ela se aproximou de novo, me levantei. Bati as mãos bem na hora em que ela estava bem próxima, e ela se desequilibrou no ar. Tentou se equilibrar de novo, mas eu bati mais duas vezes e ela caiu no chão.
Assim que ela caiu no chão, decepei sua cabeça de uma vez. Peguei a pulseira de Perséfone que estava em meio ao pó dourado que o corpo tinha virado.

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✿ Um favor a Perséfone - Avaliação ✿

Missão encerrada de modo perfeito!
Sem erros aparentes, conseguiu cumprir tudo que pedi e nos devidos prazos.
Desenvolveu de forma perfeita cada um de seus posts.
Recompensas:
✿ 350 xp.
✿ 350 dracmas.
✿ 80 dólares.
✿ 5 pontos de inteligência.
✿ Entrada nos guardiões de Perséfone.
✿ Chicote de espinhos. ✿ Um chicote com cabo de ouro com o desenho de flores desenhado. O corpo do chicote é de couro indestrutível, com espinhos em suas pontas. {vira um anel de ouro com o desenho de uma flor} {by Perséfone diwa}

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