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Ficha de Reclamação de Sean Leon Carter

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Ficha de Reclamação de Sean Leon Carter Empty Ficha de Reclamação de Sean Leon Carter

Mensagem por Sean L. Carter Qua Set 25, 2013 5:26 pm

Progenitor(a) Divino: Perséfone
Progenitor(a) Mortal: Haylley Carter
Local de nascimento:Paris
Cor dos Olhos: AzulClaro
Cor dos Cabelos: PretoClaro
Estatura: Alta
Prefere ficar no(a): Ataque
É uma pessoa tímida? Não
Faz o que os outros dizem? Não
É uma pessoa forte ou insegura? Forte
Sempre segue o plano? Depende da situação
Por que escolheu a divindade como progenitor: Uma pergunta simples de se responder, e sem muitas opções para desdobramentos: eu gosto da deusa, acho interessante a forma como beleza (um de seus 'dons' mais aparentes) a morte e as estações podem mesclar-se em características de uma deusa única.
História: (Espanha, 2010)


O som é bem ensurdecedor. Mesmo estando em uma das boates mais caras de Barcelona, há uma coisa que não muda em todas elas: quando já estão todos alterados (seus níveis) pelo álcool e outras coisinhas, com a música eletrônica travando seus fluxos de pensamento, todos são iguais ou parecidos. Sean pensa nisto enquanto observa seu amigo, Henry, que já está na décima segunda dose. Havia outros rostos que conhecia de passagem - talvez tenha-os encontrado um dia antes -, mas esses ele não fazia questão de guardar. Como sempre, logo estaria em outro lugar.

Lança um olhar em volta, pensativo, enquanto pega um cigarro do bolso; era o único luxo à que se entregava no momento. Não iria beber antes de dirigir. Se dependesse de Henry, acabariam numa vala dentro do Rio Besòs - e não, por mais que houvesse momentos em sua vida onde Sean só quisesse desaparecer, ele não estava afim de terminar num noticiário como "Riquinhos morrem após baterem de carro e caírem numa vala". Gostaria de morrer como um herói, não como uma pária. E como poderia pensar nisso tudo em tão pouco tempo? Perdendo-se, é claro; por esse motivo que seu amigo, Henry, que tentava chamar a sua atenção há alguns segundos, aproxima-se de seu ouvido e grita:

─ Terra para Sean, Terra para Sean! ─ o bafo carregava a característica inerente aos bêbados: o cheiro de álcool.

─ Oi, oi. Cansou dela? ─ responde, meneando a cabeça na direção de uma morena que, agora, olhava para eles dois, ainda um pouco arfante. Henry estivera beijando-a por algum tempo.

─ Ciúmes? Pode ficar tranquilo, não haverão mais recaídas. ─ diz, brincando, com um sorriso muito largo. Seu rosto está bem vermelho. De repente, acrescenta: ─ Preciso mijar.

─ Não vá se perder, hein?

E Henry foi, passando pela garota como se não a conhecesse. O amigo tinha esse comportamento: casos de um dia, ou as vezes até menos que isso, ditavam seus "relacionamentos". Bonito e cheio de dinheiro, mulheres não lhe eram problema. É estranho pensar em como os dois foram se tornar amigos, afinal, Sean nunca parava em um lugar - estava sempre se mudando, de acordo com a agenda do pai. Os dois se conheceram em uma escola em Paris, quando Henry, também recém chegado a escola, resolvera arrumar briga com ele (não pergunte o motivo de ser ele) para impressionar uma garota qualquer; Sean, que não era de recuar, acabara entrando na briga.

Mais tarde, na enfermaria, os dois acabariam rindo. Sean tinha deslocado, sem querer, o ombro do outro, e eles não conseguiam parar de rir do que acontecera. No fim, a garota nem viera vê-lo. Há vezes em que simplesmente sentimos quando algo vai ou não dar certo - e ali começava, indubitavelmente, uma amizade. Ao que parecia, a família de Henry estava sempre se mudando e, algum tempo depois de terem se conhecido, o garoto viria a se emancipar - a partir daí, os dois poderiam fazer o que quisessem. Concluíram o terceiro ano no mesmo ano em que se conheceram, então não haviam mais impedimentos. O pai de Sean gostou da ideia de ver o filho com um amigo fixo e até lhe encorajara a viajar, mas também lhe lembrara de uma coisa...

Não que ele precisasse se lembrar de quem era.

"Você sabe que é perigoso." dissera-lhe, em tom repreensivo e baixo, Pierre.

"Eu sei que sim, pai, mas eu não estou muito afim de continuar me privando de alguma amizade só porque tenho medo."

"Isso não é questão de você ter medo ou não! Você pode até mesmo saber se cuidar, mas e ele? Qualquer pessoa com que você se relacione, ainda mais aqui, nesse Continente, pode ser um alvo..."

"Eu sei, eu sei. Mas não posso, pai, não mais. Você já tentou viver uma vida inteira baseado na superficialidade? Acho que não. Eu sei me cuidar. Vou ficar bem."

Na época, faziam três anos desde que Sean descobrira sobre sua ascendência divina. Roger, um filho de Hermes, fora quem lhe explicara, após um incidente com um homem que não poderia ser nem tão grande e nem tão forte quanto era (algo que custou, ao garoto, dois meses de recuperação por causa do braço quebrado... e que sorte tivera). Pierre, que já sabia disso tudo, acrescentou ao final que era por isso que estavam sempre viajando, por isso que ele não podia fazer amizades, por isso que ele devia escutá-lo... mas, a Sean, sempre pareceu haver algo mais. As pessoas estão sempre escondendo segredos. E ele não gostava de ser fraco; por isso pedira ao pai, após ter se recuperado, que levasse-o até Long Island. O semideus que lhe salvara havia deixado um cartão com ele, e dissera-lhe, com essas mesmas palavras: "Nem sempre haverá alguém aqui para te salvar, como te salvei do ciclope. Você pode se machucar mais seriamente, ou até mesmo morrer. Não vou te obrigar a isso, mas se quiser ficar mais forte... venha até o Acampamento."

E é claro que ele foi. Permaneceria lá por mais dois anos, fazendo missões e treinando, acabou descobrindo se filho de Perséfone não muito tempo depois de seu ingresso no Acampamento. Não chegou a criar um laço com seus semelhantes lá, pois estava muito concentrado em... descobrir-se e aprimorar suas habilidades, ao menos para poder se proteger de pequenas/médias ameaças. O motivo pelo qual não fora atacado por todo esse tempo, mesmo com todas as medidas protecionistas de seu pai, ainda lhe era desconhecido.

Após os dois anos passados em NY, voltaria à França, mais precisamente em Paris. Estava com 18, e lá conheceria Henry. Pouco tempo depois de se formarem, viajariam, e assim continuariam até o dado momento, dentro de uma badalada boate em Barcelona.

Com o canto dos olhos, Sean vê uma movimentação estranha - o que poderia ser visto como outra coisa, dado que estava em uma boate onde os hormônios quase falavam por si sós, mas... ele era um semideus. Ele podia sentir e ver coisas realmente estranhas. Ao observar com mais atenção, vê que é algo perto dos banheiros - onde Henry tinha ido, segundos ou minutos atrás. Levanta-se da cadeira de néon onde estivera sentado e vai até lá, fazendo seu caminho no meio de tantas outras pessoas agrupadas. Lá, ele entende o que está acontecendo, e não gosta nada nada disso.

Seu instinto estava certo.

Henry está gritando com um cara, insinuando-se de forma idiota para cima deste, querendo arrumar briga. Há uma loira bem bonita perto do homem, que não consegue evitar um sorrisinho malicioso. Um círculo já está formado em volta dos três. Todos ali sabem que aquilo parece inevitável... e anseiam por uma briga. A maioria das pessoas anseia.

O problema, pensa Sean, é que Henry é um humano, e o homem não. Este é muito musculoso, mesmo para padrões normais. Não consegue ver seu rosto, mas aposta que seus dentes não são lá os mais bem cuidados. Aposta que aquilo ali vai dar merda. Precisa agir, e não pensa duas vezes antes de correr até o 'homem' e nocauteá-lo com um golpe na nuca. Na forma humana, os monstros são mais fracos. Se estivesse em sua verdadeira forma, um golpe como esse não funcionaria. A loira olha-o exaltada e compreensão chega rapidamente à seus olhos; quando ela lambe os beiços, Sean sabe que ela já descobriu. Perto assim, é impossível não sentir a aura de semideus. Pensa em atacá-la também, antes da reação (que ela vai ter, com certeza), mas não consegue. Se continuar aqui, pensa ele, vou acabar sendo hipnotizado e morrer.

Ele, então, vai até Henry e o puxa para o banheiro o mais rapidamente que pode. Lá, fecha a porta e procura alguma coisa para por como "trava"; só acha uma lixeira, que é ao menos pesada. Empurra-a até ela estar na frente da porta e olha para os lados, tendo sorte de estar sozinho com o amigo no banheiro. Há uma fileira de janelas na área ao lado do mictório - a área "reservada", com portinhas. Ele vai até um dos vasos e sobe, empurrando o vidro com o máximo de força que pode. Nisso, Henry, que estivera olhando para aquilo tudo sem entender, pergunta:

─ Mano, mas que porra tá acontecendo? Porque você tá em cima de um vaso? Porque você derrubou aquele cara? Eu dava conta. ─ diz, sem parar, enquanto olha para o amigo.

Guillaume só balança a cabeça, como se tentasse dizer: "depois eu te conto".

─ Hein? Me diz logo! ─ dessa vez, Henry se aproxima e puxa sua camisa, tentando fazê-lo sair dali de cima, mas nesse exato momento houve-se um barulho alto vindo da direção da porta: ─ Mas o qu...

─ Cale a porra da sua boca e venha logo. ─ chama o loiro, num misto de raiva e medo. Eles precisam sair dali o quanto antes.

Por fim, a porta é quebrada após mais três forçadas. A janela que Guillaume forçava cai do outro lado, espalhando vidro por todo lado. Ele se espreme e passa pelo buraco quadrangular, chamando o amigo. Henry vem logo, caindo desengonçado no chão ao seu lado. Arruma um corte no lábio inferior, que passa despercebido enquanto os dois levantam-se e começam a correr.

Pela primeira vez, Guillaume não precisou dizer o motivo de estarem correndo como desvairados, após terem saído de uma cara boate aparentemente sem motivo algum que não uma briga aparente - algo que poderiam ter resolvido, certo?

Bem, talvez a situação tenha mostrado sua seriedade sem precisar de mais explicações; o filho de Perséfone estava agradecido por isso. Sua beleza e qualquer persuasão que tivesse de nada serviriam contra o ciclope e a empousa: se eles chegassem ali, estariam mortos. O semideus não trouxera nenhuma arma, o que revelou-se uma imprudência e, ao mesmo tempo, uma incerteza: talvez tivesse sido atacado antes, se estivesse armado, o que comprometeria a segurança de todos lá na boate. Ao contrário dos monstros, que podem sentir os semideuses pelo cheiro, estes só podem identificar os monstros quando eles já são um perigo quase iminente.

E, bem, aqueles monstros eram perigos iminentes. Sente isso pelo arrepio que corre-lhe pela espinha, agitando todo o seu ser enquanto uma conhecida substância é liberada em sua corrente sanguínea: a adrenalina. No estacionamento, o primeiro carro que veem é o Bugatti Veyron de Henry, um presente de aniversário que ganhara do pai. Os dois sobem no veículo, com o loiro sentado no banco do motorista. Não se fazem necessárias palavras para dizer que o mais apto a dirigir, no momento, é ele.

Em uma olhada de relance, ele vê as duas figuras, agora em suas formas reais, correndo até eles: o ciclope com seu passo desengonçado e lento e a empousa com uma velocidade e graça surpreendentes. Ele engata a ré e gira o volante, pisando no acelerador com o máximo de força que tem, embora saiba que isso não fará diferença. Nos incríveis 2,7 segundos que o carro leva para atingir 100 km/h, eles já estão se distanciando dos dois: ele pode ver pelo retrovisor as duas figuras ficando cada vez menores lá trás. Por sorte, e somente isso. Passa por cima do acostamento e entra na avenida um tanto vazia por causa da hora: cerca de 03:40 da madrugada.

Em alguns segundos, a distância que tem dos monstros é segura. Henry, que parece levianamente sóbrio por causa dos minutos anteriores, finalmente encontra voz para perguntar:

─ Você pode, por favor, me explicar o que acabou de acontecer?

(Manhattan, 2013)


Faziam dois anos, quase três, desde que Guillaume tinha visto ou falado com Henry e seu pai, Pierre. Tinha decidido, após o incidente na boate, que iria manter distância. Sabia que era perigoso utilizar o telefone, ainda mais por estar em um polo de semideuses, com Long Island logo ali. Embora tivesse cogitado a ideia de morar no acampamento, não gostava da ideia de ter de se submeter às regras vigentes lá - não mais uma vez. Já tinha sido Reclamado, assim como tinha sido, até certo ponto, treinado, e sentia-se melhor vivendo sozinho. Era melhor para manter-se longe de relações que pudesse vir a criar (e perder, como sempre acontecia na realidade em que vivia).

Estava vivendo em um apartamento do pai, onde tinha passado alguns dias de sua vida, quando precisava estar nos EUA, não tão grande quanto o que morara por alguns meses lá em Zurique (o pai arrumara uma grande palestra lá na época, embora ele não se lembrasse o assunto desta), mas, mesmo assim, um bom lugar para se morar, com tudo o que tinha de ter para viver bem. Lembrava-se daquela madrugada, na Espanha, em que fugiram da boate e ele explicara para o amigo o que tinha acontecido.

"Eu não sou um humano." disse, sem tirar os olhos da pista.

"Cara, você fumou ou algo assim?" Henry perguntou, numa sinestesia de ironia e brincadeira; alguém que queria saber se o que escutava era realmente real.

"Não."

Alguns segundos se passaram. Vendo que o loiro não tinha rido nem nada, continuando bem sério, o moreno suspirou e desviou o olhar.

"Meu Deus..." ele se corrigiu: "Quer dizer, espera, você é um filho de Deus, tipo Jesus?"

O loiro suspirou e retomou a explicação, até ter sanado as dúvidas que pipocavam na cabeça do amigo como uma criança que acabava de descobrir algo extraordinário.

E então, logo depois da tal conversa, ele dera um jeito de sumir. Só avisara ao pai, mas algo no estilo: "Estou indo para NY. Vou ficar no nosso apartamento. Não diga nada a ninguém. Amo você, pai."
Batalha: Uma harpia cortou o céu, atravessando a bola amarela e escaldante de Apolo, ela me rondava como um corvo resguardando a morte da sua presa. Enquanto a harpia me infernizava com seus sons agoniantes, as três Érnias, Alecto, Tisífone e Megaira aguardavam para que os delitos e o desrespeito começassem, com um certo ar de superioridade, como se as pedras que as sustentavam fossem tronos do mais puro ouro existente.
Era uma Lâmia quem havia me ferido, e eu mancava curvado. Minhas armas haviam sido perdidas durante a batalha, e só me restava uma adaga que produzia uma chuva de penas. Meu plano poderia ser útil, eu já havia o traçado com certa destreza.
Fogo e faíscas se misturam em meu ser, como uma explosão nostálgica de autossatisfações luxuriosas engolia a alma de alguém. Mas comigo era diferente, não havia luxúria, nem autossatisfação... Apenas a boa e velha confiança. A arte do erro poderia mastigar minhas vontades, e juntas superariam o juízo que jamais tive. Mas mesmo assim eu prosseguia, aparentava e seguia minha trilha. Respirei fundo e sorri por dentro, como se parecesse alegre, mas revelava a face do medo mútuo. Enganar e mentir a mim mesmo que estava calmo seria tolice, e mostrar isso ao meu adversário seria ainda pior nas condições que eu estava.
Ergui meus olhos e sequei o suor do meu rosto com minhas mãos, e mais uma vez pedi para mim mesmo que não errasse novamente. A Lâmia deu um risinho cínico, meus passos, dela me aproximavam amontoados e calmos , alguns certamente vagos e machucados. O recinto mórbido foi se enchendo de som novamente quando a harpia soltou um grunhido que quebrou as expectativas dos ouvintes da pequena luta.
O nariz da Lâmia estava empinado como de costume, mas sua boca era suja, maldita... Ou maldito? Maldita Lâmia ou maldito quem me pôs para lutar com tal aberração?
Neste momento eu soube que a felicidade não estava comigo, ela andava muito devagar para me alcançar. Eu não tinha quem eu amava por perto, e derramar sangue não era a felicidade desconhecida que eu buscava.
Por um segundo tive a impressão de ver todas as cabeças – dos expectadores e da lâmia - baixarem rapidamente. Senti a eletricidade da minha alma penumbrar em uma onda de solidão sedutoramente monótona. Apolo brilhava tão forte em sua arte, que eu poderia sentir seus feixes de calor e luz baterem em minha pele e fazerem com que ela brilhasse. Eu não sabia como isso afetava meu subconsciente, mas de certa forma afetava. Eu sentia sede, fome... Saudades do meu paraíso... Sim, só meu paraíso, e de mais ninguém.
Talvez eu conseguisse sobreviver aquelas criaturas, ou a uma delas pelo menos. Talvez é a forma de dizer que não conseguiremos algo sem ferir nosso ego. Bem, meu ego é grande demais para que eu relate uma perda, e pequeno demais para que eu relate algo impossível. Mas acredito que ele se encaixe perfeitamente na verdade.
Eu ainda acreditava que era melhor um péssimo acordo do que uma ótima briga, mas não importando como fosse, eu saberia lutar. Justa e injustamente. De qualquer modo, se tudo corresse bem eu venceria, estufaria meu peito e voltaria no melhor estado físico que conseguisse.
Meu plano estava encaixado, os raios de sol seriam usados para distrair a harpia que era autorizada a me matar caso fugisse sem matar a lâmia, e para lâmia... Bem, para a lâmia eu tinha a lâmina da minha espada e sua fúria indômita.
Passei a buscar os olhos que a lâmia havia tirado de sua face, eles estavam em meio a terra seca, sujos e empoeirados. Longe. Eram tão azuis quanto os maiores rubis da minha coroa de ouro. E eu não poderia parar de me perguntar: “Como eu pude tirar a visão de tão belos olhos?”. A cor e beleza dos olhos dela não justificavam seu erro, e seu erro também não justificava o meu.
As chuva de penas estava prestes a acabar, quando cheguei ao par de olhos. Levantei minha adaga para destruí-los, e com um certo tom de alívio suspirei. Porém fui surpreendida por uma mão, que com suas garras puxou minha perna já machucada, e a tornou praticamente inutilizável.
Eu estava de frente para a lâmia novamente, meu plano havia dado errado e a harpia já havia pousado em pedras mais baixas, esperando que a lâmia me derrotasse para que ambas desfrutassem do banquete.
As garras da lâmia se espicharam para minha direção e destravaram um golpe contra mim, eu rolei para um lado do chão. A outra mão fez o mesmo, e rolei para onde estava. Eu estava em cima de um dos olhos da lâmia, e não seria tão difícil destruí-lo. Eu bati minha cabeça no solo árido, porém o olho escorregava e era tão duro quando o ouro e as joias que já me cobriram outrora.
Peguei o olho de trás da cabeça, e com a maior astúcia que pude o coloquei na boca. Minha mastigação parecia não funcionar. Nem meus dentes eram fortes o bastante para romper aquela película.
A lâmia feriu-me na bacia, pouco acima da perna já ferida. E com um grito estridente de dor, os olhos da lâmia se quebraram, a gosma preta escorria em meus lábios e entrava involuntariamente na minha garganta.
Ela colocou a mão sobre ambos os buracos e grunhiu. Eu cuspi aquela gosma no chão, e achatei ela com a mão para que ficasse bem espalhada e não voltasse mais a me dar problemas.
Quando dei por mim, Érnias, Alecto e Tísifone não estavam mais ali. Talvez as penas tivessem feito mal a elas... Talvez não. Disso eu não sabia. Apenas que estava ali.
Senti pena da lâmia por um segundo, por outro já não sentia mais. Na verdade eu não sentia nada, a não ser vontade de ir embora daquele local e tirar aquele gosto nojento de olhos de lâmia da minha boca – é inacreditável porém, tinha um gosto pior que o dos dracmas que passaram pela mão de Caronte e foram babados por Cérbero, e acredito que talvez fossem até mais duros.
Arrastei-me até a lâmia que lamentava pelos seus olhos.O passado não importava, muito menos o futuro. Mas o agora era essencial para a minha sobrevivência.
Com a minha adaga, desferi um golpe contra as pernas da lâmia, que caiu. Enfim estávamos quites, uma luta só com braços. Eu me arrastei um pouco mais, enquanto ela tentava se levantar. Outro golpe da minha adaga foi desferido em seu braço esquerdo, e um sorriso de vitória ignorou o suor escalpelante da minha face. Mas é claro que aquilo não era uma vitória, mas fez com que a lâmia caísse novamente. E se Lâmia está caída e Sean está em pé – não literalmente, é claro – Sean é a vencedora!
Eu desferi um golpe em suas costas, e para assegurar que ela estaria morta, meu último golpe foi em sua cabeça, o que não permitiu que ela agonizasse.
Eu cortei o corpo dela em pedaços minuciosos, não tão pequenos como migalhas de pão, e não tão grandes quanto um melão dos campos de Argos. Carreguei seus pedaços enquanto rastejei, largando um a cada tanto. Enterrando cada um deles.
Senti mais uma vez que meus erros valeram tanto quanto meus acertos, o que me faria tentar não errar novamente, mas tentar nunca foi conseguir. Mesmo que eu quisesse fazer algo certo, me submergia no mar do erro, como um ralo que sugava e me fazia cada vez mais avido a tudo que não era certo. Mas como sempre, eu iria concertar!
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Mensagem por Melinoe Qua Set 25, 2013 5:52 pm

Gostei muito da sua ficha, mostrou muita criatividade tanto na história quanto na batalha. Pouquíssimos erros. O início da batalha ficou um pouco confusa, mas ao final oi fácil de compreender.
Bem vindo, prole de Perséfone.

Aprovado.
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