[Missão One-post para Lottie] Alcatéia de Eidolons.

The pack of Eidolons

Ártemis me enviou sozinha em uma “caça aos monstros”, isso é um verdadeiro milagre dos deuses, pois ainda sou bem inexperiente e também há o fato de que, para mim, tudo é brincadeira.
Claro que estou honrada por Ártemis ter me concedido a missão, e também depois de alguns meses com as caçadoras, ficar sozinha é bem divertido, mas admito que há um pouco de medo em meu coração.
A deusa alertou-me sobre o perigo dos espíritos possessivos, Eidolons, prevenindo-me de possíveis possessões com um anel de prata com uma grande pedra negra, o qual me protege e ainda suga os espíritos quando eu os expulsasse.
Me sentindo “a exorcista”, encontro-me em uma das trilhas do parque nacional de Isle Royale nos Estados Unidos. Uma tarde agradável, o vento balançando as folhas nas arvores, pássaros em seus ninhos cantarolando, o cheiro agradável de grama úmida, mas nada disso é tão perfeito quanto parece. Nesse mesmo local ocorreram oito mortes e por isso o local está vazio, o parque foi fechado por conta desses acontecimentos trágicos. Uma sobrevivente diz ter visto uma pequena alcatéia de três lobos montados por fantasmagóricas formas humanas, essa moça pôde ver através da nevoa, lady Ártemis estava me contando esse fato antes de me enviar até aqui.
A noite já estava chegando, eu estava andando pelas trilhas á... Não sei... Pelo menos umas duas horas, atrás da alcatéia possuída.
Decidi parar e beber um pouco de água, comer alguma coisa... Sentei-me debaixo de uma macieira, com as costas no tronco e as pernas esticadas, abri minha mochila e peguei um cantil de água, que ainda esta bem refrescante, comi um pacote de biscoitos enquanto admirava as estrelas surgindo no céu.
O ar estava começando a ficar mais gelado, então vesti meu manto lunar, juntei minhas coisas e voltei a caminhar pela trilha, já estava bem escurinho, mas sob a luz do luar não era difícil enxergar a trilha. Ainda andando, um som distante de folhas secas sendo pisadas e de repente, um uivo não muito distante de onde eu estava.
Minha aljava apareceu em minhas costas, com meu arco em mãos puxo uma flecha envenenada e encaixo no cordel do arco. Respiro fundo enquanto escuto as folhas secas sendo pisadas no chão e novamente um uivo, acho que os lobos estão marcando um ponto de encontro, ou algo assim...
Os sons estão mais perto agora e mais um uivo não muito distante. Escuto um rosnado vindo da minha direita, viro-me instintivamente puxando o cordel e mirando em uma moita que se mexeu. Grandes olhos vermelhos mostravam-se na escuridão, uma pata, um focinho e por fim o corpo todo salta para frente. Não solto a flecha, apenas encaro o lindo lobo que ali está. Montado por uma fantasmagórica forma humana de olhos dourados. Fico paralisada por aqueles quatro olhos me encarando, os rosnados dos... Arregalei os olhos e me virei rapidamente para trás, onde há mais dois lobos, um negro e um branco, ambos com olhos vermelhos e também montados por formas fantasmagóricas com olhos dourados.
_O que vocês querem? – Perguntei calmamente, respirando fundo para dispersar o nervosismo que estava se formando.
Os espíritos possessivos começaram a falar coisas horríveis sobre mim, sobre minha vida... Meus olhos começaram a se encher de lagrimas, um soluço ia se formando, apenas respirei fundo mais uma vez, fechei meus olhos e deixei as lágrimas molharem meu rosto. A flecha ainda estava encaixada no arco, porem apontada para o chão, puxei o cordel levantando o arco, suspirei lançando a flecha envenenada no lobo negro, cujo o eidolon me provocava mais que os outros. Estendi minha mão direita onde se encontrava o anel, que brilhou e sugou o espírito. O lobo negro estava caído no chão com os caninos amostra e uma expressão horrível. Morto. Minhas flechas são muito potentes e seu veneno age tão rápido quanto o veneno do rabo de uma mantícora.
Os outros dois lobos me encaravam com seus grandes olhos vermelhos, os eidolons falavam e falavam que toda minha espécie logo seria extinta.
_Não antes que a sua! – Encarei-os com um sorrisinho maldoso. – Maia! – Gritei.
Preciso de tempo e ajuda.
_Lady Ártemis, a senhora sabe que não serei capaz de fazer isso sozinha... – Comecei a sussurrar enquanto voava na altura das arvores – Não serei capaz de matar mais nenhum desses animais, – Meus olhos estavam enchendo-se de lágrimas novamente – Por favor, Ártemis... Preciso de você...
Formei uma esfera lunar e lancei em um dos lobos, que caiu no chão contorcendo-se de dor. Eu não queria mais machucá-los, são criaturas inocentes e não devem nem saber o que estão fazendo, por estarem possuídos.
O lobo branco continuava pulando e tentando me pegar, até que uma flecha o atingiu, olhei para o local de onde a flecha veio e lá estava ela, lady Ártemis escutou minha prece e veio me ajudar. Fui descendo com a mão direita estendida e o segundo eidolon foi sugado pelo anel.
O lobo cinzento o qual lancei a esfera já havia se levantado e vinha caminhando lentamente por conta da dor que lhe proporcionei. Eu estava bem perto a ele.
_Você não pode matá-los, mas eu posso. Afaste-se, Charlotte. – A deusa falou.
_Não! – Gritei. – Por favor, Ártemis, não faça isso. É apenas um animal inocente... – Choraminguei.
_Se não matá-lo o eidolon continuará rondando por aqui e matando as pessoas. Você não entende Lottie? – A deusa disse carinhosamente.
_Tem que haver alguma outra forma... Você é uma deus! Tem que haver... – As lágrimas estavam novamente escorrendo por minhas bochechas
Uma coisa é matar monstros cruéis e sanguinários, outra coisa é matar um animal que não sabe o que está fazendo por estar possuído por um espírito cruel e sanguinário.
Ártemis parece ter compreendido, mesmo que eu não tenha explicado meu ponto de vista, mas talvez ela compreenda minhas lágrimas. A deusa começou a falar algo em grego com o eidolon, sequei as lágrimas em meu rosto e fiquei apenas observando. As palavras eram “Você irá embora. Não irá mais perturbar ninguém. O seu fim é agora, eu ordeno que deixe essa criatura e se vá.”
De repente o eidolon começou a dizer coisas horríveis e gritar, gritos desesperados.
_Estenda o anel! – Ártemis gritou para mim.
Fiz o que minha lady mandou e instantaneamente o espírito foi sugado pelo anel em minha mão.
O lobo caiu no chão, inconsciente. Ártemis ajoelhou-se ao lado dele e começou a sussurrar palavras que não consegui escutar.
O lobo se levantou olhando para a deusa, um animal confuso, parecia até um filhotinho indefeso. A deusa balançou a cabeça em minha direção e o lobo me olhou. Um brilho diferente em seus olhos, agora são um de cada cor, não mais vermelhos. Um olho azul e o outro amarelado, quase castanho. Entre seus olhos, no local que eu chamaria de testa, há agora uma Lua bem branca. Ártemis me encarou e em seguida sorriu.
_Ele é seu agora...

Armas:

Poderes:

Place: National Park - Isle Royale  ♦ Wearing: THIS ♦ With: Ártemis

♦ The White Swan ♦ @CG

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