Vola e Arthur- pvm

Já era um pouco tarde quando senti a onda de eletricidade de Arthur, me convidando para treinar. 
- Vamos irmã treinar um pouco. - Ele disse, com um sorriso estampado no rosto. Levantei meio com sono, meio com disposição e fui me trocar. 
Eu nunca fui uma garota que demorava nos banhos e nem na frente do espelho... Então, pra colocar minhas botas, uma calça jeans rasgada e uma regata não levou muito tempo. 
Antes de sai pela porta com ele fazendo a minha famosa trança no cabelo, peguei meu arco e minhas flechas venenosas.

Ficamos conversando o caminho todo, enquanto víamos outros semideuses fazendo os trabalhos de... Bom, semideuses. 
Paramos na arena e olhamos ao redor. Alguns semideuses brigavam com monstros e outros saiam em macas... Sorri. 
- Escolha o nosso inimigo irmã. - Arthur disse e estendeu o braço para os monstros. 
Dei um sorriso de canto de boca e sem olhar para ele, fui até o "bestiário". Havia monstros de todos os tipos naquele lugar... Me dava um certo nojo. Mas mesmo assim, apontei para um. 
Era um escorpião gigante... Eu gostava do jeito "assustador" dele. Era um bicho que poderia te atacar por trás e pela frente... Incrível. 
- Quero esse. - Sorri relutante para o instrutor que espera minha resposta. 
- Tem... Certeza? Vai lutar sozinha? - Ele franziu a testa e cruzou os braços. Me desafiando. 
- Se eu vou ou não, já é problema meu. Agora... Você pode... Por favor, soltar esse bicho? - Deu uma pausa, o olhando. - Obrigada. 

Sai andando e fui até meu irmão. 
- É um escorpião gigante. Tudo bem para você? - Sorri para ele, pegando uma flecha na aljava e colocando no cordel. 
Ele sorriu de um jeito desafiador, e se armou. 

Código:

Ataque: Arco grande com Flechas Venenosas.
Defesa: Um escudo com o desenho de um raio, muito resistente, e que absorve ataques de raios.

Arthur me avisou onde eu tinha que atirar as flechas e eu concordei... Mas na verdade, nem tinha ouvido direito, estava mais preocupada com o enorme bicho que já estava á amostra.
Corri silenciosamente para o lado e subi em um tipo de sacos que estavam por lá... Deviam ser de palha, ou algo assim. O lugar estava ótimo para um ataca aêreo.
Fiz a mira com meus olhos e apontei a flecha para o olho da criatura. "Não Vola... É venenosa. Use para algo mais útil." pensei comigo mesma e armei outra mira.

Estava com os olhos nas frestas das costas do tal escorpião. Sabia que o veneno podia paralisar o corpo dele por alguns momentos... Mas não sabia se era realmente um lugar bom. Ainda assim eu o fiz, lancei a flecha na fresta da tal pele do bicho...
Ele se moveu muito rapidamente, batendo o rabo em tudo. Me abaixei e coloquei a mão na cabeça, mas estava preocupada com Arthur.
- Arthur?! Por Zeus! Onde você está? - Gritei, descendo dos sacos e já colocando outra flecha no cordel.
O bicho estava em algum lugar, escondido... Eu tinha que estar preparada para tudo.

Enquanto procurava por Arthur, pude ouvir alguns barulhos vindo atrás de mais alguns sacos de palha.
- Onde está o bicho? - Olhei para o lado e Arthur estava ali. Com seu arco. Armei mais uma mira.
- Não sei... Mas acho que está ali. - Fiz um gesto com a cabeça para os sacos de palhas, que por um momento, se mexeu. Sorri para Arthur e nos avançamos. - Vou atirar uma flecha no saco, provavelmente ele vai sair de lá. Esteja pronto com sua flecha e atire no olho dele. Certo? - Pisquei para Arthur e soltei mais uma flecha, que perfurou um saco de palha e fez com que o bicho saisse do esconderijo.

Ele saiu já batendo em tudo com seu rabo. O escopião estava realmente nervoso, pois avançou para mim com muita velocidade e fúria. Corri e desviei do corpo preto do animal.
- Arthur!!! Agora! - Enquanto o gritava, preparava uma flecha no cordel. Só dependia de Arthur... Ele tinha que enfiar a flecha no olho, para que eu conseguisse colocar uma em sua garganta.

Eu estava despistando o bicho, rodando para os lados e fazendo o possível para me manter viva. Mas o bicho era muito rápido. E por um segundo, achei que era meu fim.
O escorpião veio em uma velocidade incrível para me atacar, quando um raio surge na arena e acerta o rosto do animal.
- Mas... Arthur?! - Gritei o nome de meu irmão, colocando mais uma flecha envenenada no cordel.
- Atira Vola!!!! - Ouvi sua ordem e fiz a mira.

Suspirei por alguns segundos, enquanto minha mira acompanhava o escorpião, que agora estava se movendo devagar.
Em um pequeno intervalo, solto a flecha e ela vai direto para o pescoço da criatura, que logo começa chiar e cai no chão, se debatendo.
Corri até o bicho, mas não muito perto...
Ele ainda se movia, tentando de alguma forma conter o veneno da flecha. Olhei para Arthur e sorri.
- Quer fazer as honras? Pode tirar a cabeça dele, se quiser... - Coloquei meu arco nos ombros e as mãos na cintura, pegando fôlego.

- Poder ser. - Arthur respondeu e sem pensar demais, branjou a espada... Decapitando o escorpião que se desfez em pó.
Apenas a cabeça estava na arena, uma cabeça ridícula e... Asquerosa. Fiz uma careta ao olhar para Arthur.
- Quer outro monstro ou paramos por aqui? Se quiser escolha por favor. - Pensei bem. Apesar de o desafio ser um pouco difícil, até que foi fácil... Mas eu estava cansada. Meu folego não estava muito bem esses dias, eu estava tonta e minhas costelas doíam.
- Eu aceito. Mas... Que tal amanhã? Bem cedinho e tudo mais... - Sorri para ele, o rodeando. - Estou cansada. Esse bicho ridículo me derrubou e minhas costelas precisam de um tempo. - O observei, esperando uma resposta.

Depois de alguns momentos, Arthur respondeu.
- Tudo bem Vola, podemos treinar amanhã novamente, irei dedicar essa batalha ao nosso pai. - Ao ouvir ele dizer isso, sorri, olhando para ele. Pela primeira vez vi que os nossos olhos eram iguais. Deviam ser de nosso pai... Balancei minha cabeça e o observei queimar a cabeça do escorpião. Ele tinha benção de Héstia. Podia "fazer" fogo. Eu achava maneiro.
- Dedico minha batalha e vitória  para meu pai Zeus, Senhor do Olimpo. - Fiquei o observando sorrindo. Ele não gostava do nosso pai... Mas eu... Bom, eu gostava. E ouvir ele falando isso, me alegrou.

Depois nós estavamos saindo da arena. Ele colocou o braço no meu pescoço e sorriu para mim.
- Gostei de suas flechas. - Devolvi o sorriso.
- Ah, eu também gosto delas... São úteis. Muito úteis. E eu curti sua benção... E sua espada - Toquei no colar que o pingente era um raio. - Muito legal.