Missão narrada para Layla Pierce

Encontro e começo da Missão

O dia estava tranquilo de mais para o meu gosto, o que me fazia ficar extremamente entediada. Sem nada para fazer, estava a caminhar próxima a floresta, a procura de algum conhecido.
Olhei para a densa mata ao meu lado e percebi algo errado por ali. Estava em um fim de tarde e a floresta já estava muito escura. Algo errado está acontecendo, com toda a certeza! Caminhei apressada e silenciosamente em direção a floresta, curiosa.
Parei de andar quando não consegui mais enxergar nem um palmo a minha frente. Fechei os olhos tentando escutar algum som, mas estava um silencio profundo, quase mortal. Estranho, aqui sempre tem algum barulho. Abri os olhos e soltei um gritinho. Algo me puxava para dentro do breu negro a minha frente. Tentei soltar-me e ir em direção ao acampamento, mas parecia impossível eu me mexer. Quando enfim pararam de me puxar, percebi estar parada.
Onde eu estaria? O que estava acontecendo? Essas e muitas outras perguntas vagavam rapidamente por meus pensamentos. Olhei para todos os lados, a procura de alguém, encontrando somente a escuridão. Aquilo estava a me assustar já. Caira eu em alguma armadilha?
Senti então uma presença poderosa próxima a mim. Ao virar-me, me deparo com uma mulher de pele clara, cabelos e olhos negros, maquiagem forte e uma bela roupa em coloração escura. Sabia qual deusa era aquela, tratava-se de Nyx, a deusa primordial da escuridão. Ajoelhei-me, mostrando meu reconhecimento por ela e respeito.
- Calma, criança. Sou eu... Nyx. Não vou lhe fazer mal. - Falou aproximando-se de mim e sentando-se ao meu lado, enquanto levantava a cabeça em sua direção. - Escute... Preciso que você faça um favor para mim, certo? A titia Nyx gosta muito de um lobo, que está mantido preso por semideus malvado. Ele tem mais ou menos sua idade... E se revoltou quando disse que não daria o lobo para ele. Ele está em Itália, essa pedra... - Nyx falou tirando uma pedra de sua bolsa. - Irá te ajudar a chegar na caverna dele sem problema, é só esfrega-la. Quando pegar o lobo, ele te trará para casa.
Assenti levemente, controlando meus pensamentos e ações perto da deusa, não queria mostrar desrespeito com ela ali em minha frente. Sentei-me no chão e olhei para ela com olhos brilhantes de empolgação. Aceitei a pedra e abri um grande sorriso animado, segurando-me para não saltitar ainda sentada.
-Não se preocupe. -Escutei o que não passou de um leve sussurro da deusa, após a mesma já ter levantado-se e ido embora.
Levantei-me logo em seguida, colocando a pedra dentro do bolso de minha blusa e encaminhei-me para o chalé de Eros. Odeio quando me tratam como criança e foi deste modo que Nyx tratou-me. Segurei-me para não xinga-la mentalmente, pois seria uma grande falta de educação, já que a mesma dera-me uma missão para efetuar.
Cheguei em meu chalé e peguei minha mochila, onde coloquei algumas de minhas armas, algumas roupas, dracmas e dólares, caso fosse precisar. Fui até a cozinha e surrupiei alguns mantimentos para levar na missão, guardando-os logo depois. Peguei a pedra e enrolei-a em uma toalha de cetim, mantendo-a segura antes de guarda-la junto com os outros preparativos da viajem.
Por fim, tomei um demorado banho e deite-me na cama, adormecendo instantaneamente, pois precisava estar descansada para acordar bem cedo amanha.

Acordei bem desperta, o sol estava nascendo ainda, o que era um bom momento para levantar-me e arrumar-me para a missão. Tomei um banho bem rápido, colocando um calça legging branca com alguns corações perto da barra na perna direita, uma blusa rosa bebê com corações rosa pink e meus all-star com asas. Peguei uma mecha de cabelo de cada lado e puxei para trás prendendo com uma presilha de coração rosa e passei uma maquiagem leve. Agora estou prontinha! Sorri olhando-me no espelho. Coloquei a armadura, para já ir pronta para caso houvesse um ataque.
Peguei minha mochila e coloquei-a nas costas, não antes de pegar a pedra dentro da mesma. Segurando a pedra com uma mão, utilizei da outra mão para esfrega-la, fechando os olhos. Quando abri meus olhos cor de esmeralda, deparei-me em Itália, em uma área quase deserta. Em minha frente estava uma caverna, estava no local já. Sorri, guardando a pedra rapidamente e puxando meu arco da perfeição e imaginando uma flecha de ouro imperial. Preparei a flecha, caso alguém viesse a me atacar, já contra atacava.

A Caverna

Respirei fundo, olhando ao redor. Nenhuma armadilha por fora, constatei após uma rápida analise. Caminhei hesitante para dentro do lugar, prestando atenção em tudo. Não encontrava nada suspeito que pudesse me prejudicar. Ou esse menino é muito estúpido ou não pensou que alguém viesse em busca da loba. Rolei os olhos acreditando que ele podia se encaixar perfeitamente nas duas opções.
Já estava dentro da caverna, quando escutei um alto uivo de lobo. O som parecia-me muito sofrido, deixava um claro sinal de desespero e busca pela liberdade. Tremi pensando em como seria ficar presa em um lugar que não queria. Coitado do animal, ninguém merece ficar preso, principalmente em um lugar que não gosta.
Pensamentos de como o lobo já podia ter sofrido passaram por minha mente rapidamente. Trinquei os dentes para não falar nada e entregar minha localização. Minha mente fazia com que as piores torturas que alguma criatura poderia sofrer viessem até mim. Fechei os olhos e espantei os pensamentos da mente, ou pelo menos tentei. Abri os olhos e focalizei ao meu redor, voltando a andar. Não podia parar, muito menos me desconcentrar. Tenho que mantem a mente focada no que irei fazer, pensar no pior nunca ajuda.
Já podia ver uma silhueta masculina ao longe, o que me alarmou. Segurei o arco com mais força, deixando a flecha pronta. Ao primeiro descuido dele, lançava. Se soltasse a flecha agora, perderia o elemento surpresa. Respirei fundo e mantive meus olhos vidrados na figura a minha frente. Cada passo que dava mais me aproximava. Diminui o ritmo em que andava, para que nenhum barulho ecoasse, mesmo que já estivesse andando sem fazer barulho algum.
Sentia-me um pouco insegura apesar de tudo, nunca havia batalhado contra outra pessoa e não gostaria de mata-lo. Mortes pesam na consciência e muito. Sei que chegara uma hora que terei de matar ou serei morta, mas ainda pode demorar. Terei de estar pronta para as batalhas a frente e é a experiencia que nos ajudara.
Olhei mais atentamente para o garoto, já que podia enxerga-lo melhor agora. Acho que ele tem a mesma idade que eu, talvez um ano a mais. O menino estava a resmungar sozinho, não entendia o que ele falava e pouco me importei. Pela visão periférica percebi que o lobo estava em um canto qualquer, encolhido e com um olhar triste, implorando por liberdade.
Senti uma pontada de angustia em meu coração ao ver a cena que o animal se encontrava. Voltando minha atenção para o semideuses, minha raiva borbulhou. Levantei o arco, puxando a corda do mesmo, pronta para atirar. Quando fui soltar a flecha, eis que o ladrão de lobos sacou uma espada.
Não havia visto a arma, então fiquei por algum tempo espantada por tal descuido. Caso ele investisse contra mim, estaria em desvantagem, já que estava segurando o arco. Mordi o lábio incerta, ainda sem desviar meus olhos de seus movimentos.
-Quem é você? -Questionou-me o menino.
Abri a boca para falar algo, mas logo a fechei sem saber o que dizer. O que podia falar para aquele menino? "Olá, sou Layla e vim buscar o lobo de Lady Nyx?" Não, claro que não. Rolei os olhos voltando a centralizar no menino.
Ainda mantinha-me surpreendida pela atitude do semideuses. Tudo bem que ele é um meio-sangue e tem de estar equipado... Mas como não vi a espada? Como já pensara e sabia, estava em extrema desvantagem. Lançava a flecha ou guardava o arco e empunhava a espada? Não podia perder. Odeio ficar em desvantagem. Odeio surpresas.

Luta

Estreitei os olhos em direção ao garoto que estava a fazer movimentos suspeitos. Mirei o arco com mais precisam no garoto, que aproximou-se. Soltei a flecha, que rodopiou velozmente pelo ar com um zumbido familiar. Dei um sorriso de lado, quando meu ataque funcionou, pegando em seu braço e fazendo um machucado bom.
Acho que agora ele não conseguira segurar muito bem a espada, mas pouco me importa. Sabendo que o arco não me ajudaria por muito tempo, empunhei minha espada. Encontrava-se sem um escudo, então o jeito seria desviar e atacar. Minha armadura teria que servir para proteger-me.
Avançei junto dele para o ataque, mesmo machucado, o semideus batalhava bem. Agachei, desviando de um golpe e dei-lhe uma rasteira, fazendo o mesmo ir ao chão. Girei minha lamina em sua direção, com um sorriso vitorioso no rosto. Ele impediu o golpe com sua espada e, depois, girou para o lado, desviando-se de um chute meu.
-Qual é a sua? -Falei irritada.
Segurei o cabo de Primavera Negra mais fimemente e ataquei-o. O menino rolou para o lado, desviando-se de outro ataque. Quando fui investir novamente, eis que sou puxada pelos pés e vou ao chão. Dei um choraingo de dor quando minha bunda atingiu o chão e olhei para o menino que levanta-se. Com um salto, levantei-me a tempo de defender seu ataque com a espada.
Interessante, era uma espada de duas mãos. Com o braço diretio machucado, ele utilizava do esquerdo para os ataques. Pelo jeito, ele não tinha muita precisão com aquele braço, o que me ajudava.
As laminas chocaram-se novamente, causando um barulho irritante no ar sombrio da caverna. Por mais algumas vezes, as espadas chocavam-se, ora em defesa, ora em ataque. Já estava irritada com aquilo. Girei a espada, golpeando para o lado esquerdo, enquanto desviava-me para o direito. Consegui acertar seu braço machucado novamente, mas logo tive que me abaixar, para livrar-me de seu ataque.
Movimentei a espada, ainda abaixada, com um plano em mente. Acertei a parte do cabo no estomago do menino, que desequilibrou-se com o impacto inesperado. O material do cabo era de aço, o que deve ter causado um belo de um hematoma no garoto.
Enquanto ele estava ainda de costas para mim, utilizei meu anel de clonagem, fazendo vários clones meus. O semideus voltou-se para mim novamente, tomando um susto ao constantar que tinha muitas de mim.
Levantei a espada, o que foi imitado pelos clones, e ataquei. Não esperava que ele se abaixasse e golpeasse minha perna. A armadura por sorte salvou-me de um arranhão profundo. Irritada com o semideus incopetente, o ataquei, acetando com a lamina em sua perna.
O arranhão parecia feio, o que me fez torcer o nariz, enquanto dava um pulo para trás, desviando-me de um novo golpe. O menino estava me irritando, assim como a batalha. Suspirei irritada e movimentei a espada. Novamente, as laminas chocaram-se, produzindo sons irritantes.
O lobo fez um barulho sofrido, fazendo minha raiva borbulhar ainda mais. Mandei um beijo pro menino. O garoto me olhou meio estranho, mas quando o beijo o antingiu, o mesmo cegou-se. Dei um sorriso e utilizei o ventaval de pétalas de Μαύρη Άνοιξη conjunto da Chuva de Pétalas.
O menino foi atingido tanto pelas pétalas normais quanto pelas envenenadas. Dei um sorriso de lado e corri em direção a minha mochila. Apanhei-a e corri em direção ao lobo. Tinha o objetivo de sair daquele lugar, sem presenciar a morte do semideus que fora causada por mim.

Surpresas

Quando cheguei até o maravilhoso lobo, percebi que o mesmo estava machucado e assustado. pensei em tocar em seu pelo, mas fiquei receosa em encostar em alguma ferida. Comecei a sussurrar palavras de conforto para o bichinho, tentando acalma-lo. Sabia que ele não me entenderia, mas parecia-me o certo a se fazer.
Já procurava algo em minha mente para ajudar o belo animal, mas não lembrava de nada. Meus olhos queimaram com as lágrimas de angústia que chegavam. Queria ajudar o belo animal, mas me parecia impossível.
Uma pequena lágrima escorreu por minha bochecha, sendo seguida por várias outras. Apanhei um lencinho de dentro da bolsa e sequei meu rosto, fungando. O lobo me olhava receoso, sorri de leve e funguei, parando de chorar aos poucos. Sequei as lágrimas e guardei o lenço novamente. Esfreguei as mãos no rosto e respirei fundo. Precisava acalmar-me para que pudesse pensar.
Respirei fundo e olhei para o lobo. Corri a ponta dos dedos por seu pelo, a procura de machucados. Fiz-lhe um carinho para que se acalma-se e no mesmo segundo senti uma sensação boa passar por mim. Fechei os olhos, concentrando-me naquele sentimento de conforto que me passou e firmei minhas mãos no lobo. Aquilo podia não ajudar, mas algo me dizia que traria resultados maravilhosos.
Abri meus olhos esverdeados e observei o lobo. Os machucados sumiram e o seu pelo brilhava, fazendo-me arregalar os olhos e dar um grande sorriso. Levantei-me animada, apanhando minha mochila. O animal seguiu-me e assim fomos para fora da caverna.
Mantive meus olhos distantes do menino que ali se encontrava, tentando não pensar naquilo, no momento. Não havia percebido que prendia a respiração, até solta-la ao ser atingida pelos raios solares de um começo de tarde.
Quantas horas deviam ter se passado? Questionei-me ao sentir meu estomago roncar alto. Corei pelo som e abaixei a cabeça, balançando-a em negação. Como sempre, meu corpo trai minha mente e envergonha-me.
Dei um pequeno pulo, surpresa, ao ouvir o uivo do lobo, que ecoou pelo lugar. Olhei ao redor, procurando o perigo próximo. Como nada encontrei, virei-me para questioná-lo, como se ele fosse me entende. Deparo-me, então, com uma surpresa.
Saindo da escuridão de um dos cantos da caverna, encontrava-se Lady Nyx. Sorri feliz e curvei em respeito. Permaneci ajoelhada, olhando para o chão, até sentir uma mão sobre meu ombro.
-Lady? -Perguntei levantando os olhos.
-Levante-se criança. -Falou calmamente, olhando-me atentamente.
-Como queira, Senhora Nyx. -Murmurei ao levantar-me, encarei seu belo rosto que mais parecia ter sido esculpido por anjos.
-Vejo que conseguiu cumprir com o que lhe pedi. -Disse a deusa, sorrindo. -Teve muito trabalho? -Questiona curiosa.
-Sem muita dificuldades, my Lady. -Informei com respeito, dando um sorriso orgulhosa de mim.
-Acho que está com fome criança. -Comentou divertida, quando meu estomago voltou a roncar. Corei até a raiz do cabelo e desviei o olhar, constrangida. -Hora de voltar.
Com tal fala, Lady Nyx aproximou-se de minha pessoa. Olhei-a curiosa, enquanto a mesma fazia um carinho na cabeça do lobo. Sua atenção voltou-se, então, para mim e a mesma sorriu carinhosamente. Pisquei confusa quando a deusa pousou sua mão em minha testa. Fiquei vesga olhando sua mão. e depois voltei meu olhar para o seu.
-Obrigada por ajudar-me, mas é hora de você ir minha jovem -Sussurrou a deusa carinhosa.
-Obrigada você por me dar está oportunidade única de me mostrar útil, minha senhora. -Falei dando um sorriso alegre.
-Até. -Murmurou a mulher a minha frente.
Pisquei, sentindo uma aura mágica cercar-me. Fechei os olhos um pouco tonta pela sensação e quando os abri já não estava mais em Itália. A colina meio sangue estava a minha frente. Suspirei e dei um grande sorriso. Tivera uma missão e concluíra a mesma com sucesso.
Caminhei até a fronteira, senti-a a adrenalina me tomar. Séria algum monstro por perto? Não queria ficar para saber. Apressei meus passos, atingindo, assim a fronteirado acampamento.